MERCADO FINANCEIRO: Correção continua e balanços são destaques

	SÃO PAULO, 14 de maio de 2009 - O mercado avalia nesta manhã se o forte ajuste de ontem nos mercados internacionais, acompanhado hoje na Ásia, trata-se de uma correção pontual, ou de um movimento mais prolongado de realização de lucros, depois de meses de alta nos mercados de ações. 
	As apostas de uma recuperação iminente da economia global, sofreram um duro golpe na quarta-feira, com o anúncio de retração inesperada das vendas do varejo nos Estados Unidos. 
	Para o banco Barclays, o fraco relatório das vendas no varejo, foi o pano de fundo da aparente redução no apetite por risco nos mercados ontem, o que levou a uma maior procura por títulos soberanos e a uma queda nos mercados de ações.
	Na agenda de indicadores nos Estados Unidos, o mercado espera, para as 9h30 ( horário de Brasília), a publicação do índice de preços ao produtor referente ao mês de abril. O consenso é de leve alta de 0,1% no núcleo e de 0,2% no índice cheio. Além disso, também sairá nesta manhã o indicador semanal de novos pedidos de seguro desemprego, o número esperado é de 600 mil.
	Na Ásia, os principais mercados encerraram em forte queda. O movimento já era esperado depois do recuo das bolsas na Europa e nos Estados Unidos na véspera, como reflexo dos números desfavoráveis da economia norte-americana.
	A bolsa de Tóquio fechou com desvalorização de 2,6%. Na Coreia do Sul, o índice Kospi caiu 2,4%. Em Hong Kong, a bolsa retraiu 3%. E, na China, o índice Xangai Composto fechou em baixa de 0,9%.
	No lado corporativo, destaque para os resultados da Sony. A segunda maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo, anunciou perdas de US$ 1 bilhão no ano fiscal de 2008. As ações da empresa recuaram quase 7% em Tóquio. 
	Na Europa, os principais mercados da região operam sem tendência definida. Em meio a um ambiente de realização de lucros, os investidores avaliam certa melhora do setor financeiro e o forte recuo dos preços do barril de petróleo nesta sessão.
	O banco Barclays é destaque na região depois que o Morgan Stanley recomendou a compra das ações da instituição britânica. Com isso, os papéis sobem mais de 6% em Londres.
	E no Brasil os investidores estão de olho no varejo. Está previsto para as nove horas, a publicação da Pesquisa Mensal do Comércio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E mais tarde, às 11 horas, a divulgação do Nível de Emprego Estadual e Regional da Indústria de São Paulo, publicado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
	No cenário corporativo, o mercado avalia os números trimestrais do Banco do Brasil e da CSN, publicados nesta manhã. O lucro líquido do Banco do Brasil chegou a R$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre, queda de 29% na comparação com o mesmo período do ano passado. A carteira de crédito total, por outro lado, avançou 41%.
	Para o Gerente Geral de Relações com Investidores do BB, Marco Geovanne, "O desempenho no trimestre confirmou as estimativas divulgadas ao mercado, e evidenciou a solidez da empresa mesmo em um cenário difícil". 
	A CSN, afetada pela retração da demanda por aço no período, viu o lucro líquido cair pela metade, para R$ 369 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recuou 47%.
	A publicação de resultados continua depois do fechamento. São esperados os números da Oi Participações, Sadia, Positivo Informática, Eletropaulo, AES Tietê, UOL, Eletrobrás, VCP , GOL, OHL, Perdigão, JBS , OGX Petróleo e Souza Cruz.
(Gustavo Kahil - InvestNews)